sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O dia amanheceu e eu ainda estou lá, parado naquele mesmo lugar...




Pelo que me lembro não sei como cheguei lá, mas lá estava eu e a minha solidão. Quando acordei minha mente estava insana, havia muitos pensamentos, várias idéias. Eu estava quase louco com todas aquelas vozes que me apontavam um milhão de caminhos diferentes. Como é difícil acordar de manhã e não saber o que fazer. Tantos caminhos para percorrer, tantos rumos para se tomar, mas eu ainda estava lá, parado naquele mesmo lugar...

Tentei entender aonde eu estava. Eu queria realmente compreender o meu lugar. Eu olhei para trás na tentativa de buscar aquilo que se perdeu pelo caminho. Ora, se estou aqui, algum caminho percorri. Existe um passado que determina meu futuro. Só que mais uma vez me vi frustrado. Não havia sequer sombras do caminho que eu havia percorrido, não havia passado. A única coisa que existia naquele momento era o hoje, o agora, este momento. Era como se tudo tivesse sido apagado da minha mente, uma verdadeira amnésia existencial. Só me restavam algumas lembranças vagas, afloradas em mim através de sentimentos, emoções. Era como se eu não existisse na realidade, cheguei até pensar isso, mas eu ainda estava lá, parado naquele mesmo lugar...

Eu olhei ao meu redor buscando entender minha vida. Alguns cadernos rabiscados, um violão velho encostado na parede, aquela cama desarrumada, as roupas jogadas em cima dos móveis, os calçados sujos. Traços de uma vida confusa, de alguém que não sabe o que fazer. Às vezes a incerteza é a nossa única certeza, pois não sabemos quem somos, de onde viemos e pra onde estamos indo. Vários caminhos para percorrer, muitas palavras para se acreditar, muitos propagando certezas, mas do que se pode ter certeza? Quais são os paradigmas, os padrões? Tantos devaneios... e eu ainda estava lá, parado naquele mesmo lugar...

O dia enfim terminou e eu ainda continuo lá, parado naquele mesmo lugar...

LuiZ AntoniO