segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Desencontros


Atrás das verdades sobre a existência
construí pontes entre vales de ilusão.
Em busca do resgate da inocência
aflorei em minha pele as marcas da emoção.

O certo e o errado num piscar de olhos,
o sim e o não no olho do furacão,
a vida ilusória feita de sonhos,
sem encontrar por trás de tudo a razão.

Sem verdades, sem inocência, sem emoção,
adormeci diante das angústias e dos medos.
Sem respostas, sem sonhos, sem razão,
vi a imagem distorcida da morte dos desejos.

domingo, 11 de novembro de 2007

Ilusões


Tentando me encontrar
fujo de mim mesmo.
Sem forças pra continuar
enclausuro-me em meu medo.

O limite dos meus sentimentos
se encontra na ilusão do olhar,
onde o medo anestesia os desejos
e a mente não consegue pensar.

Não! Não foi ali que perdi os sonhos,
não foi esse o motivo da minha dor.
A melancolia tem suas raízes mais profundas,
no cerne do coração, na falta de amor.

Sem entender como cheguei até aqui
fico sem saber aonde vou chegar.
Procuro encontrar o motivo pelo qual morri
sem acreditar que exista algo que possa me curar.

sábado, 10 de novembro de 2007

A Outra Face

A dor que invade o meu coração
é um sinal de que a angústia ainda não se foi.
Fantasmas que aumentam minha solidão
e protagonizam noites de terror.

Abro o porão da minha alma
e sinto pavor pelo que encontro ali.
Vejo ali frustrações, angústias e traumas,
sonhos desfeitos e oportunidades que perdi.

Inevitavelmente me encontro com a outra face,
um outro eu que me deixa perdido.
Não consigo ver qual é de fato minha imagem,
acuado choro sem encontrar o sentido.

Percebo que não sei quem realmente sou,
que ainda não consegui me encontrar.
Um homem, duas essências, o pudor,
falsa moral que corrompe e gera ilusão no olhar.

O Dia que não Terminou

Aqui meus sonhos chegam ao fim,
aqui meus planos são destruídos.
Aqui o punhal do destino se encrava em mim
e meu sangue escorre pelo meu corpo caído.

Minha mente já não compreende mais a realidade,
meus olhos não enxergam a multidão,
sinto medo de ter que encarar a verdade,
entro em devaneio fugindo da solidão.

Fatos, notícias, imagens, lembranças, lágrimas,
dor, solidão, angústia, medo, vida.
Um lápis, um violão, idéias, páginas,
e por um instante vislumbro a saída.

Mas é tudo uma ilusão,
realidade oposta à verdade.
Meus sentidos me enganam
e afloram em minha pele a maldade.

A verdade e a mentira,
o bem e o mal,
o certo e o errado,
num golpe fatal.

Por um momento sinto paz,
não sinto as dores pelas quais sofri,
por um instante ouço o eco do silêncio,
adormeço e entendo que morri.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

HOJE

Hoje eu vou fazer tudo diferente,
vou tentar mudar minha rotina.
Direi o quanto quero viver à minha mente
e quem sabe encontrar aquela menina.

Vou comprar o pão por outra rua,
vou até mudar de padaria.
Hoje eu quero a brisa suave
tocando em meu rosto, me trazendo alegria.

É estranho notar como não vivemos o presente,
como estamos apegados ao que virá ou ao que passou.
Mas hoje eu posso fazer tudo ser diferente
e por um momento ser feliz como o poeta que um dia amou.

Já tomei essa decisão, é hoje que vou viver,
vou dar meu sangue para vivê-lo na intensidade.
Posso não estar aqui amanhã pra dizer
que nossa vida é fruto da nossa verdade.

À Procura de um Sentido

A solidão promove um encontro:
o encontro entre o eu e o mim.
Eu sinto pavor quando me encaro de frente,
chego até a pensar que é o fim.

Procuro constantemente me encontrar,
eu tento achar qual é o meu caminho,
mas só consigo rolar pela cama noites e noites.
Sinto medo. Percebo que estou sozinho.

É difícil encontrar o caminho das pedras,
saber ao certo pra onde se deve ir.
Vivo cada dia cantando a ilusão do poeta
sem encontrar motivos pra sorrir.

Mesmo assim agradeço a Deus por tudo:
pelas dores, pela melancolia, pelo fel.
São componentes que me deixam acordado
e me fazem olhar para o alvo: o céu.

Espero um dia encontrar o sentido,
saber a verdade que se encontrar por trás de tudo.
Por enquanto, contento-me com minha confusão
e vou tentando me encaixar dentro desse mundo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Carpe Diem

O tempo foge de nossas mãos,
Ele não espera nossas decisões.
Vivemos em busca de um ideal
E ainda não encontramos as soluções.

A vida não pode ser economizada,
Ela acontece no momento presente.
Ela também não pode ser desperdiçada,
Mas não conseguimos projetá-la em nossa mente.

É no presente que podemos mudar,
É nele que encontramos a saída.
Aqui eternidade e tempo podem se encontrar
E uma decisão pode mudar a nossa vida.

Preciso aprender a colher o dia
Como se já fosse um fruto maduro.
Encontrar de verdade o caminho da alegria
E ancorar meu barco num porto seguro.

Agora cabe a nós tomar uma decisão,
Mudar de vez nossos pensamentos.
Viver o presente sem pensar no amanhã
E encontrar-se de vez como nossos sentimentos.