sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Lembranças que corroem


Como entender o que ficou pra trás?
Como não lamentar aquilo que deixei de fazer?
Como compreender tais lembranças que me tiram a paz?
Como não chorar se a vida insiste em me enlouquecer?

Tudo que eu queria era ser feliz,
Sem medo de machucar o coração,
Mas o passado que corrói minha raiz
Me deixa sem esperança de reconstrução.

Uns dizem que é preciso recomeçar,
Levantar a cabeça e continuar a caminhar,
Mas meu coração que insiste em me enganar
Me deixa sem forças pra continuar.

Eu olho pra trás e penso em tudo que deixei de fazer,
Lembro-me de cada momento que deixei passar.
A única coisa que sei é que preciso crescer
E impedir que tais demônios venham me matar.

Agora entendo porque é preciso viver o hoje,
Porque se deve aproveitar cada momento intensamente.
O tempo passa e a vida é breve,
Não dá pra cristalizar a felicidade e vivê-la eternamente.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Desabafo!


Às vezes é difícil explicar as coisas que acontecem em nossa mente. Ela nos engana, nos trai e nos leva a um estado de profunda melancolia e depressão. Nossa mente pode ser o lugar de onde extraímos o nosso tesouro, mas também pode ser a responsável pela nossa morte. Dela derivam brilhantes idéias, grandes projetos, imensos sonhos, mas dela também derivam os demônios que nos atacam nas madrugadas, as insônias que nos destroem e as angústias que esfaqueiam nossa alma.

Estou assim nesses dias. Entre prantos e dúvidas, entre insônias e crises, com vontade de não existir. Queria fugir de tudo. Queria poder ir embora pra um lugar onde eu pudesse comer, beber e dormir sem me preocupar com nada. Queria não conhecer nada sobre Deus, Bíblia, igreja, espiritualidade. Sim! É melhor não saber nada do que saber e ver que a realidade é totalmente oposta à verdade. Ah! A verdade! Essa palavra que nos corrói. É melhor não conhecê-la, pois depois de conhecê-la sua vida nunca mais será a mesma. Suas crises irão aumentar, suas dúvidas irão te matar.

Bem-aventurados são os ignorantes, àqueles que experimentam Deus sem nada saberem, pois deles é o reino dos céus.

Quanto a mim, acho que ainda não aprendi a viver. Preciso me encontrar. Preciso me sentir amado. Não consigo mais sentir a presença de Deus, não ouço sua voz. Só consigo tirar disso três conclusões: ou Ele não existe, ou me abandonou, ou é impotente e não pode fazer nada diante do meu sofrimento. Alguém pode dizer: jejue! ore! busque mais! Ah! Quanta besteira, tais pessoas acham que podem comprar Deus, suborná-lo.

Deus! Se você existe eu estou aqui pronto para te sentir.

Mas a imensa mediocridade daqueles que se dizem cristãos me impede de acreditar nesse cristianismo. Não consigo entender aquele que diz amar o seu próximo no domingo e no outro dia o pisoteia, desfaz dele, o humilha. Não consigo entender aqueles que me julgam sem saber o que se passa dentro de mim. Aqueles que só estão interessados em me sugar sem se preocupar com meu estado espiritual.

Tudo aquilo que escrevi aqui se voltou contra mim. Aquilo não deixa de ser verdade, pode acreditar. Mas aquelas reflexões, as poesias, tudo! Tudo se voltou contra mim. E parece que agora fui vencido. Estou derrotado. Todos os sonhos se foram, os planos acabaram e a força se desfez. Agora espero o acaso. E a cada dia que se passa ele me destrói cada vez mais.

Será que é o meu fim?

Pode ser!

E se for deixo algo registrado:

A verdade às vezes dói. Mas ainda prefiro uma dura verdade a uma doce mentira.

Eu quero...




Ler mais livros...

Refletir mais sobre o que leio e pensar nas implicações práticas das idéias que abordo...

Organizar-me de forma a produzir mais e procrastinar menos...

Ser mais objetivo no que diz respeito aos meus sentimentos...

Ser mais sincero comigo mesmo, a ponto de me conhecer melhor, sabendo até aonde posso ir, consciente dos meus limites...

Preocupar-me menos com o amanhã e viver o hoje intensamente como se cada minuto fosse o último da minha vida...

Conhecer o potencial da minha existencialidade...

Conhecer a Divindade de forma experimental, numa relação de profundo amor recíproco, construindo uma nova realidade a cada dia...

Escrever a história da minha vida juntamente com a Divindade...

Saber que a vida foi feita pra ser vivida (Silvião), não para ser desperdiçada com os algozes que nós mesmos atraímos pra junto de nós...

Ser senhor de meus anseios e mestre de meus pensamentos desconexos que a cada dia me deixam mais louco...

Eu quero, eu quero, eu quero...

Lições da Solidão


Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.
Jean Paul Sartre – Filósofo


Li, recentemente, uma reflexão do Sr. Rubem Alves, famoso teólogo, filósofo, pedagogo e psicanalista. Penso que este seja um texto que deveria ser leitura obrigatória para todas as pessoas. Rubem Alves conseguiu penetrar no âmago da questão da solidão e nos traz lições práticas sobre como podemos reverter esse estado em benefícios pra nós. Quero compartilhar com você algumas dessas lições que aprendi e que fazem muito sentido pra mim.

Estar sozinho aparentemente pode ser algo ruim. Sentimos-nos abandonados, vazios, carentes... Queremos sempre alguém que nos ouça, alguém que nos abrace, alguém que nos diga: Hey! Estou aqui com você. Mas ali, naquele momento a solidão nos ataca, o silêncio se torna nossa melhor canção. Surgem as lembranças, os monstros que habitam no porão da nossa alma saltam para fora e começam a nos torturar.

Quero trazer aqui três verdades que encontrei no texto citado e que têm me ajudado a entender o valor da solidão para o meu amadurecimento.

I – Nossa tristeza não vem da solidão, vem das fantasias que surgem na solidão.

Primeira coisa que vem à nossa mente quando pensamos na solidão é a tristeza. Geralmente fazemos essa associação. Pensamos: solidão não, ela gera tristeza, melancolia, depressão... Mas Rubem Alves nos alerta para a verdadeira causa da nossa tristeza: as fantasias.

Quando estamos sós, em vez de nos voltarmos para dentro de nós procurando nos conhecer, começamos a fantasiar. O seguinte pensamento invade nossa mente: Puxa! Eu estou aqui sozinho, quando todos os meus amigos estão lá se divertindo. Começamos a imaginar essa ilusória felicidade que os outros têm e a pensar em nós ali sozinhos. Isso gera tristeza.

Se realmente queremos aprender a trabalhar com fatores negativos de forma a torná-los positivos devemos deixar de lado as fantasias. Elas são ilusórias. São projeções da nossa mente que apenas nos deixam mais loucos.

II - Essa maldade (solidão) pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.

Já dizia Sartre: “Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.” Isso mesmo. A solidão pode ser o lugar onde plantaremos nosso jardim. É o momento onde temos encontro com aquilo que habita no porão da nossa alma. Aprendemos a nos compreender, a nos aceitar. Começamos a descobrir nossos tesouros que estão escondidos.

Temos que deixar de lado as fantasias e começar a vasculhar o que existe dentro de nós.

III - As coisas são os nomes que lhes damos.

Essa verdade me aquieta.

As coisas são os nomes que lhes damos. Isso significa que enquanto eu dizer que minha solidão é minha inimiga, ela o será. Mas a partir do momento que eu entender o valor e o quanto ela pode me ajudar a crescer, ela se tornará minha amiga.

Já dizia Drummond:
“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.!“


Aqui surge o momento de crucial.
Decida dizer a você mesmo: isso pode ser bom. Aprenda a ter momentos de solidões que te façam crescer. Aprenda a valorizar o tesouro que habita dentro de você e que só pode ser descoberto num encontro consigo mesmo. E se puder leia o texto de Rubem Alves. Tenho certeza que sua alma ficará aliviada.

Soli Deo Gloria.

Respostas


Às vezes é difícil explicar
As coisas que acontecem em nossa mente,
As idéias fervilham sem parar
Só que já passou sabe e sente.

Pensamentos desconexos vêm nos assombrar,
Demônios da alma despedaçam o coração,
As dúvidas tentam nos matar,
Parece que realmente perdemos o chão.

No meio da multidão nos sentimos sozinhos.
Solidão: palavra difícil de explicar.
Parece que todos constituem seus ninhos,
E nós, estamos tentando recomeçar.

A verdade é que buscamos respostas,
Muitas delas difíceis de se encontrar.
Inventamos estórias e mais estórias...
Mas não conseguimos nos contentar.

Então voltamos pra dentro de nós,
A dor continua a nos consumir.
Quem sabe um dia me livrarei desse algoz
E saberei então pra onde ir...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Os Dias...

A luz do Sol toca em meus olhos
Me lembrando que mais um dia começou
Ela me diz que ainda estou vivo
E que a festa ainda não terminou.

Hoje eu não queria ter acordado,
Pois a dor em meu peito só me corrói.
Hoje eu queria que o tempo parasse,
Mas ele insiste em correr e isso me dói

Os dias passam e a cada momento sinto que estou só
A minha mente me engana e destrói aquilo que eu sou
Eu fecho os olhos e tento entender o que aconteceu
Mas a minha mente é insana e me diz: o problema é seu.

Então levanto da minha cama
Percebo que tudo aqui é real
E nessa minha mente insana
É onde habita tudo o que é mal.

Então percebo que sou fraco
Que meu pior inimigo sou eu
E as minhas loucuras que me matam
São produzidas dentro de mim

Só você é quem pode me compreender
Pois me criaste à sua imagem e à sua semelhança
E mesmo apesar de todas as minhas distorções
Insiste em me amar e me aceitar.
Por favor te peço: vem me salvar!