sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Enquanto houver Sol ainda haverá...


A vontade de viver invade a alma do poeta no momento em que ele se dá conta de que sua arte pode tocar o coração das pessoas trazendo a elas a certeza de que não estão sozinhas em seus sofrimentos. O sofrimento faz a poesia, forma o poeta. Todos sofremos, mas somente o poeta tem o dom de transpor isso num papel através das palavras. Palavras que ecoam na mente daquele que lê a poesia e se delicia com seus versos na certeza de que o autor da poesia (que ele nem sempre conhece) o compreendia tanto que lhe escreveu aqueles versos com ternura. Assim se dá a reação em cadeia das palavras.

Brincando com as palavras sem ao menos saber o que irá acontecer o poeta constrói com seus versos um paraíso alternativo. Um lugar que não existe aos olhos do medíocre, mas que habita no fundo do coração daqueles que um dia abriram seus olhos para enxergar a realidade oculta que habitava no fundo de sua alma. Sim! O poeta desperta as pessoas de seu sono de mediocridade para a realidade da poesia, a realidade intransponível aos superficiais, mas que mora ali: no íntimo do coração. E no encontro com essa realidade que sempre esteve ali percebemos o quão rico pode ser nosso interior e começamos a nos amar, a nos satisfazer com nossa individualidade.

Esse encontro só acontece no chão do sofrimento e no encontro com a poesia da existência.

Às vezes sinto vontade de desistir da poesia. Penso que sou muito frágil e que de forma alguma poderia contribuir com o bem estar de alguém. No entanto, quando reflito sobre essa grande reação em cadeia que a poesia causa, minhas forças são renovadas e minha vontade de viver salta em meus olhos me trazendo vigor e coragem. Isso é tudo que preciso para viver: vigor e coragem!

Essa troca é maravilhosa: a arte do poeta ressuscitando os sonhos do seu próximo e a ressurreição dos sonhos do próximo trazendo vida ao poeta.

Sendo assim, enquanto houver Sol ainda haverá...

2 comentários:

Anônimo disse...

oi Luiz,

vc me contatou no orkut em dezembro. Viajei e só agora voltei a navegar e vim visitar seu blog, que é muito bom!

A propósito, sobre este post, às vezes a poesia afunda mais o ser humano do que ajuda. Às vezes é "bom" deixar as dores da alma com anestesia. Sei lá, ainda não tenho certeza disso...

abraço!

Anônimo disse...

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